17 de janeiro de 2015

Nem todos os Natais são felizes ... até já avô!

demora sempre algum tempo até nos apercebemos do verdadeiro sentido da perda,
da dor que sentimos,
do luto que interiormente guardamos...

há quem leve uma vida inteira a recuperar,
há quem nunca recupere...

é um sentimento estranho que nos absorve, nos corrói e com o qual não pudemos combater...

... quem me dera que nunca se tivesse que morrer... que tudo permanecesse eterno para sempre ...

não me dói menos, dói apenas,
algo que não sabemos explicar,
algo para o qual nunca estamos preparados,
é como se tudo ficasse vazio cá dentro
é como se uma parte de nós partisse
como se agora me observasses de um outro ângulo

o tempo nunca é suficiente
para amarmos de quem gostamos
para partilhar as novidades da vida
para que estivesses sempre presente
para que me visses crescer ...

... avô...

que me guardes sempre
no teu ombro
junto do meu coração
na nossa luz eterna
no lugar mágico onde pertencemos
num lugar distante do nosso olhar
perto das nossas almas...

amo.te

até já



17 de fevereiro de 2014

sempre à espera que o tempo mude,
ou mude o tempo
que o sol fique para sempre 
e que
os sonhos já não me tragam saudade

que os ventos mudem e tragam
o tempo
que nunca temos 
que nunca guardamos

acabar tudo e não ter tempo
para amar
para viver
para nunca ter tempo
nunca ter oportunidade

e os sonhos que não acabam 

o passado que nos compromete 

um tempo que nos esvazia 

e faz tempo que não tinha tempo de escrever
ou de sentir
ou de pensar
relembrar
entristecer 

a chuva que não pára e os dias cinzentos que não acabam

ter uma centena de ideias por falar e
ficar em silêncio

aqui sozinha 

parada por não caminhar mais

cansada 

R-E-P-E-T-I-T-I-V-A


22 de março de 2013

Assim fico, 
confusa com a demência das pessoas,
isolada num mundo que parece só meu
num tempo que parou,
num momento que estagnou,
(...)
e fica tudo tão vazio e escuro
tenho medo de caminhar e 
tropeçar nas pedras do caminho
(...)
sento-me e fumo um cigarro
no café de sempre,
a beber o café do costume,
e vejo a gente que passa
no turbilhão da minha sombra
(...)
quero mudar o mundo e não consigo
impotência fodida
viver está cada vez mais caro!

11 de dezembro de 2012



Bebo um copo de água e sufoco as lágrimas que já não me caem
Houve tempos em que tudo parecia fácil,
quando olho para o rosto de uma qualquer criança tudo ainda me parece fácil…
um gole de chá e trinco a língua no calor da lua
Abstracto não são os poemas são o tempo de estranheza
De tudo ser sempre tão cansativo
Escorro nas veias de quem me acolhe e o tempo perdido
Não sobra, ouviste? O tempo não sobra, o tempo nunca sobra
Uma mesa para três, uma trinca na maça
E já estou aqui, mesmo onde fiquei
Atracada nas vaidades de uma vida oca
bebo um whisky
Por ti
Por mim
Pelo que não nos mata
Mas torna-nos mais fortes
Sigo caminho pela estrada que não sei o caminho
E deslizo sempre pelo gosto na boca da saudade
(...)

11 de novembro de 2012

como se o mundo fosse teu e nada de ti pudessem roubar
tomamos um pouco de leveza
e tudo em teu olhar é longe
e tudo em ti é inocente...
se o amor é isto então que me arrebatem o coração!
és tu, diamante em bruto à espera de ser polido
tão perfeito quanto o mundo que te espera nunca será
virão batalhas, momentos tristes e alegrias inesperadas
e tudo em ti
o teu olhar 
ansioso pela descoberta que a vida te dará
tudo em ti pequeno 
e tudo em tua volta tão grande
... meu amor...
que o universo te dê tudo 
o sol, 
os sorrisos,
o amor,
a turbilhão, 
a imensidão

... se o amor é isto então que os meus olhos nunca adormeçam para te poder ver uma vez mais ...

(...)




16 de outubro de 2012


o sentimento de vazio

de tudo perdido

sem noção de expectativa.

e faz frio,

faz tanto frio aqui...

quero acreditar que tudo fica para sempre enquanto tudo dura eternamente..

uma porta que se abre

e duas que se fecham

há tanto tempo que espero

e o momento não chega,

nunca chega                                e faz frio

movimento espiral                     e faz escuro

dentro de mim

(...)

abraço-te 
até quando?
quero só fechar os olhos 
e durar 
eternamente
sem 
sentir
que 
estou,
de facto,
VIVA!

8 de agosto de 2012

caminhos que se perdem

caminhos que se encontram

e o tempo passa

já não tenho muito tempo

do que resta

às vezes nada fica para sempre

e tudo é apenas uma nuvem 

de ar

e dói quando estamos sós (...)

quanto tempo mais?